Apaixonar-se pelo Rio de Janeiro é algo pelo qual todo viajante vai passar mais cedo ou mais tarde. Além dos inconfundíveis pontos turísticos – afinal, quem nunca morreu de amores pelo Corcovado, pelo Pão de Açúcar ou pelas belas Copacabana e Ipanema? –, a Cidade Maravilhosa encontra cada vez mais refúgio no Turismo, consolidando-se como um dos principais cartões-postais do Brasil.
Mas em terras fluminenses há muito mais para se ver e fazer do que os atrativos da capital, principalmente para os amantes de cerveja. É isso mesmo! O circuito Serra Verde Imperial, composto por Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Santa Maria Madalena e Guapimirim, ganhou renome nacional ao reunir o maior número de fabricantes de cerveja do país, combinando marcas já consolidadas e, ao mesmo tempo, inserindo no mercado deliciosas iguarias artesanais. Foi assim que surgiu a Rota Cervejeira, iniciativa que envolve mais de 70 bares, restaurantes, cervejarias e brewpubs (bares que produzem a própria bebida) da região serrana do Rio.
Emoldurada por montanhas, Nova Friburgo tem todos os traços de um destino que nasceu para o turismo de aventura, escondendo trilhas que serpenteiam por entre os muitos tons de verde e oferecendo condições de sobra para a prática de rafting e alpinismo.
Colonizada por suíços ainda no século 19, é uma das maiores produtoras nacionais de chocolate, queijos e vinhos, mas também manda muito bem no quesito cerveja, servindo de endereço para três cervejarias: Barão Bier, Ranz e Born2Brew. Quem aparece por ali tem a oportunidade não apenas de visitar cada uma delas, mas participar de degustações, curtir restaurantes e bares com excelentes cartas de cervejas, assistir a palestras com sommeliers e até mesmo fazer cursos com mestres no assunto.
E você sabe qual é a melhor parte? Não existe uma data específica para aproveitar tudo isso. Esses passeios podem ser feitos em qualquer época do ano, inclusive na baixa temporada.
O clima ameno, a paisagem tranquila ou as charmosas pousadas já seriam, por si só, motivos mais que suficientes para estimular uma ida a Petrópolis. Mas a Cidade Imperial – nome pelo qual é chamada por ter sido o refúgio preferido de Dom Pedro II durante muito tempo – não para por aí. Como decorrência da presença de imigrantes alemães a partir de 1843, o município conheceu a sua vocação para a cerveja 10 anos depois, quando foi fundada a primeira cervejaria do Brasil, a Bohemia.
Petrópolis se transformou em um polo cervejeiro tão importante que começou a promover mensalmente a Feira de Cervejas Artesanais, mais conhecida como Deguste. O evento tem como objetivo despertar no público o gosto pelo produto e, de quebra, apresentar os diferenciais das fabricações artesanais, que pouco a pouco vêm conquistando a preferência da região.
Três marcas predominam na cidade: Bohemia, Cidade Imperial e Grupo Petrópolis – este último detentor de seis rótulos (Itaipava, Lokal Bier, Petra, Crystal, Black Princess e Weltenburger Kloster). Quem tiver interesse pode, ainda, agendar uma visita às fábricas e conhecer de pertinho o fantástico universo da bebida.
A apenas 55 km da vizinha Petrópolis, Teresópolis pode ser alcançada a pé por quem estiver disposto a encarar os três dias de caminhada e fazer a trilha que separa as duas cidades, passando, ainda, duas noites inesquecíveis nas montanhas. O trajeto se tornou célebre pelas cachoeiras, piscinas naturais, rica vegetação e pelas vistas espetaculares espalhadas pelo caminho, que recompensam qualquer esforço físico.
A melhor forma de repor as energias é entregando-se ao sossego característico do destino cercado pela natureza. Assim como acontece em todo o estado do Rio de Janeiro, a gastronomia regional é de dar água na boca, mas, acredite, os sabores podem ser ainda mais realçados quando se tem um copo de cerveja em mãos – e Teresópolis é uma representante de peso da Rota Cervejeira.
É exatamente por isso que uma visita à Vila St. Gallen não pode ficar de fora de nenhum roteiro. O impressionante complexo cervejeiro se apresenta como uma reprodução fiel de uma vila germânica e é o lugar ideal para quem quiser experimentar as diversas variações da bebida. Ali dentro ficam dois restaurantes (Bierfest e Abadia), a cafeteria Kaffe Haus, uma capela e uma loja de lembrancinhas. Aos fins de semana, a dica é aproveitar o Bier Tour e participar da degustação de quatro tipos diferentes da fermentada.
O pacato município de Santa Maria Madalena tem uma aura rural que inspira sossego e mergulha o visitante na vida do campo. Por ali há casarões históricos, cachoeiras, atrativos naturais, formações rochosas e charmosas pousadas em que atividades como pescar e ordenhar fazem parte do cotidiano.
Uma das marcas registradas da região é a Buzzi, cerveja artesanal com alto teor alcoólico e sabor intenso, que começou a ser fabricada em 2010 e hoje conta com sete estilos diferentes: Weiss, Stout, Red Ale, Blond, Lager, Bock e Rumbier – esta última derivada do melado de cana. A qualidade é garantida com a utilização de ingredientes importados da Alemanha e da República Tcheca e com o fato de que a água utilizada na produção é captada diretamente da mata, eliminando, assim, qualquer risco de contaminação.
Por fim, é importante saber que a Buzzi é facilmente encontrada nos bares de Santa Maria Madalena e é um dos orgulhos do destino – portanto, passageiro nenhum pode voltar para casa sem experimentá-la.
De povo simples e acolhedor e com cenários em que a protagonista é a natureza exuberante, Guapimirim é muito mais do que um refúgio para viajantes à procura de descanso. A cidadezinha tem nas cervejas artesanais um importante ponto de apoio ao Turismo, e talvez por isso mesmo o número de produções caseiras não para de crescer.
Muitos produtores têm apostado no interesse crescente pelo assunto para intensificar a demanda pela bebida e oferecer cursos especializados. O objetivo é apresentar a estrutura – muitas vezes montada na residência do professor – e tirar todas as dúvidas que envolvem a fabricação da cerveja, incentivando, assim, outros microempreendedores e fortalecendo o mercado de cervejas artesanais. As vagas para esses treinamentos geralmente são superconcorridas, então é preciso planejar com antecedência uma visita à cidade.
Agora conta pra gente: você já teve a chance de conhecer o Circuito Serra Verde Imperial ou tem vontade de visitar essas cidades? Compartilhe suas experiências nos comentários!
RECEBA DICAS DE VIAGEM POR E-MAIL