Viajantes natos(as). Essa é uma boa forma de descrever o público LGBT+, que não só costuma viajar para o exterior todos os anos, como ainda gasta, em média, 30% a mais do que outros perfis de turistas (dados do Sebrae). Muito provavelmente por conta disso, o segmento está entre os que mais faturam no país, movimentando algo em torno de R$ 150 bilhões por ano apenas no Brasil. E, quando a gente diz “apenas”, é porque o seu potencial de consumo anual, considerando o mundo inteiro, fica mais ou menos por volta de US$ 3 trilhões. Já imaginou?
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Mas não é o dinheiro que essas pessoas gastam ou têm a intenção de gastar que as tornam tão importantes para o turismo. Se, por um lado, elas ajudam a representar a diversidade do nosso país e de todo o planeta, por outro mostram que somos todos iguais, que compartilhamos interesses, opiniões, estilos de vida. Por isso mesmo, merecem respeito e atenção como qualquer outro ser humano. Mas a gente não tá falando de tratamento diferenciado, não! A ideia é criar um ambiente onde se sintam à vontade e possam se expressar livremente.
Sendo assim, que tal conferir agora mesmo algumas dicas de como atender bem o público LGBT+? Confira!
Encarar, mudar o tom de voz, passar outros clientes na frente, desviar o olhar. Tudo isso pode ser bem constrangedor para a outra pessoa, portanto nada de incorporar essas atitudes ao seu dia a dia. Inclusive, a mesma coisa vale para os excessos, já que demonstrar intimidade demais a fim de não se mostrar preconceituoso(a) também pode deixar o outro sem graça.
Aja com a mesma cortesia com todo mundo. Afinal de contas, como já mencionamos no comecinho deste post, somos todos iguais, então não tem por que distinguir o tratamento. De toda forma, continua valendo o atendimento preferencial a idosos, gestantes e pessoas com deficiência, com dificuldade de locomoção e com crianças de colo, OK?
Acima de tudo, atitudes ou comentários preconceituosos são uma baita falta de educação. Isso inclui piadas, risadinhas, postura, tom de voz, menções implícitas à orientação sexual e coisas do tipo. Evite isso a todo custo, até porque você não tem como saber quem perto de você é homossexual ou bissexual, por exemplo, e pode acabar criando um ambiente pouco acolhedor. Quer ajudar a abolir o preconceito? Sempre que ouvir alguém fazendo algum comentário ofensivo, mesmo que seja em tom de brincadeira, posicione-se contra. Dê um toque e diga que esse tipo de coisa não é engraçado e pode gerar desconfortos. Dessa forma os comentários maldosos perdem espaço e força.
Termos pejorativos relacionados ao público LGBT+ ainda são bem frequentes, infelizmente, sobretudo para homossexuais e transgêneros. Eles podem até parecer inofensivos pra você, mas isso não significa que a outra pessoa encare da mesma maneira. Se você atuar como agente de viagens ou qualquer outra profissão que lide diretamente com o público este tópico merece ainda mais atenção. Então, faça bonito: seja um bom anfitrião e use a gentileza a seu favor. Parece óbvio dizer isso, mas muita gente acaba escorregando nessa parte. Lembre-se: não é só tratar a outra pessoa como você gostaria de ser tratado(a), mas, sim, tratar todo mundo da melhor forma possível, sempre.
Tá com alguma superpromoção para viagem a dois? Então não pense duas vezes: ela deve se estender a casais homoafetivos e trans, por exemplo. Toda forma de amor é válida! Além disso, nunca tire da sua mente que dois homens e duas mulheres possam ser um casal e possam estar interessados(as) em um pacote de viagem romântico. Essa é uma dica bem importante de como atender bem o público LGBT+.
Ele ou ela? Aqui a verdade é uma só: e é o(a) cliente que decide. Pintou alguma dúvida de como oferecer o atendimento adequado? Não tem problema, não. Nesse caso, tudo o que você precisa fazer é perguntar como o(a) cliente deseja ser tratado(a). Simples assim.
Ah, e tem mais! Sabe todas aquelas normas de etiqueta social, aplicadas geralmente às mulheres e que incluem abrir portas, puxar a cadeira para que se sentem e dar uma mão com a bagagem, só pra citar alguns exemplos? Pois todas elas devem ser mantidas na presença de uma pessoa transgênera feminina. De novo: a gentileza não faz distinção e deve vir sempre em primeiro lugar.
Por falar em transgêneros, aqui vai mais uma dica de como atender bem o público LGBT+: sempre se dirija à pessoa utilizando o seu nome social. Peraí, como assim? Bem, muitas vezes o nome que consta no documento não bate com o nome pelo qual a pessoa se apresenta. Caso isso aconteça, mantenha a sua discrição e pergunte como a pessoa prefere ser chamada. Se possível, inclua essa informação no cadastro do(a) cliente. Jamais diga o nome civil em voz alta ou faça qualquer tipo de exposição do seu documento.
Ao mandar o e-mail com uma proposta de viagem, comprovante de reserva e passagens aéreas, assim como convites para eventos, utilize sempre as formas de tratamento mais adequadas aos(às) clientes. Por exemplo, caso sejam dois homens, o correto é escrever “senhor” duas vezes, adicionando o sobrenome de cada um, ou, então, o sobrenome em comum de ambos, se forem casados. A mesma coisa vale para as mulheres.
Não importa se é uma mulher sozinha ou um homem com crianças: nunca, jamais, presuma a orientação sexual de alguém. Se você quer aprender como atender bem o público LGBT+, um dos passos é priorizar o uso de termos neutros, sem tentar “adivinhar” o gênero do(a) parceiro(a) que não está presente. Duas boas dicas para isso são “pessoa acompanhante” e “segunda pessoa”.
Dessa maneira você não presume logo de cara que alguém é heterossexual ou homossexual e não deixa ninguém desconfortável se você estiver equivocado(a).
Embora ainda hoje seja utilizado, tire desde já a palavra “homossexualismo” do seu vocabulário. Isso porque até 1985 este termo foi utilizado para tratar homoafetividade como doença. Então, opte por “homossexualidade”, termo que corrobora que se trata de uma alternativa saudável da sexualidade. Ao mesmo tempo, “opção sexual” não existe. Troque por “orientação sexual”, combinado?
E aí, o que você achou das nossas dicas de como atender bem o público LGBT+? Tema alguma a acrescentar? Deixe um comentário! A homofobia, bem como qualquer tipo de discriminação, é crime, sabia? Juntos, podemos construir um mundo melhor pra todo mundo!
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