Quem resiste a um suvenir de viagem? A compra dos itens ajuda a aplacar nosso desejo consumista e serve como lembrança de dias bons. Melhor ainda quando o ato de comprar não é vazio, mas vem combinado com aspectos culturais e de estilo de vida do destino visitado. E, mesmo em Cuba, que não é o paraíso das compras, dá para levar algo para casa e presentear os amigos: charutos.
A ilha ostenta o título de melhor produtor de charuto do planeta há décadas. Aliás, quando Cristóvão Colombo chegou lá, em 1492, viu nativos fumando folhas de tabaco enroladas. Para entrar no clima na história e levar uns charutos para casa, o ideal é ir para a província de Pínar del Río, a 164 quilômetros de Havana, a capital.
Pínar del Rio concentra a produção dos melhores exemplares de Nicotiana tabacum, a planta que produz as folhas utilizadas na fabricação dos charutos. É ali que os visitantes conhecem parte da aura que os reveste – e parte dos motivos que os distinguem dos similares produzidos em outros locais.
Em um tour pelo Vale dos Vinãles dá para perceber o clima único que faz os cubanos largarem na frente na produção mundial. Solo, temperatura, umidade do ar… Tudo por ali é especial. A natureza ajuda bastante a transformar o que poderia ser um simples produto em algo único, mas o homem também tem sua parcela de responsabilidade. A experiência centenária de produção e os truques descobertos no decorrer dos anos são como relíquias, passadas com orgulho de geração em geração. Segredos que não fazem parte da visitação turística.
O passeio pode ser completado com uma ida até Las Terrazas, uma pequena comunidade rural sustentável repleta de atrativos naturais que fica a 60 quilômetros da capital. Ali os visitantes têm a oportunidade de conhecer um orquidário, a Casa do Camponês e se refrescar nas águas do rio San Juán e na cachoeira Soroa. No dia seguinte, barcos transportam os turistas para Cayo Levisa, uma ilhota com areias branquinhas e paisagem espetacular. Para ficar na memória!
Os charutos mais famosos
Se a sua dúvida é qual marca comprar dentre cerca de 30 marcas, há algumas eternizadas por celebridades e importantes personagens da história e que, justamente, são feitas com o tabaco de Pínar del Río. Eles são encontrados em vários estabelecimentos comerciais de Havana. Os mais conhecidos são:
Cohiba
Esses charutos são produzidos desde 1967. Atrelado à qualidade, o nome remete aos índios cubanos que chamavam assim as folhas enroladas que fumavam em cerimônias. A marca preferida por Fidel Castro foi de uso exclusivo do governo local durante anos, quando sua comercialização era proibida. É sua história que o coloca no topo dessa ranking.
Montecristo
A marca mais vendida do mundo surgiu em 1935, utilizando folhas da mesma região de Pínar del Rio. O nome foi inspirado no protagonista do livro O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, o romance mais lido pelos trabalhadores das tabacarias cubanas naquela época. Características únicas como sabor justificam a fama desses charutos.
Dicas importantes
É preciso tomar cuidado com as regras de saída de Cuba e entrada no Brasil. Só dá para sair da ilha com 23 charutos e todos eles têm que conter o selo de que são oficiais e não provenientes de contrabando. Portanto, se algum cubano tentar te vender charutos fora dos pontos de venda, te levar para becos ou casas particulares, não compre. E, de qualquer maneira, no Brasil, a Polícia Federal permite apenas 25 charutos por pessoa na volta ao País.