O Espírito Santo é uma boa pedida para quem gosta de viajar guiado pelo estômago, sem deixar de lado as belas paisagens. A variedade gastronômica capixaba é fruto da diversidade climática e da influência de diferentes culturas que se misturam por lá. E, claro, sempre vale a pena começar o tour pela capital, Vitória.
Fundada em 1551, a capital é a terceira mais antiga do País. Tem entre seus atrativos históricos o Palácio Anchieta, construído no século 16 pelos jesuítas. Coladinho a Vitória está o município de Vila Velha, cujos principais ícones são o Convento da Penha e a fábrica de chocolates Garoto. As praias continuam sendo o produto turístico número um das duas cidades. E é de lá que sai a matéria-prima para a moqueca e a torta capixaba, a casquinha de siri e outras delícias servidas nos restaurantes, bares e quiosques.
Entre tantas as delícias capixabas, a mais tradicional é mesmo a moqueca. A receita é tão procurada que rendeu até um itinerário turístico, a Rota do Sol e da Moqueca. Que compreende os municípios de Anchieta, Guarapari, Vila Velha, Vitória e Serra. Ao contrário da receita baiana, a moqueca capixaba não leva azeite de dendê nem leite de coco. Isso faz dela um preparado mais leve. Muitos chefs dessas cidades litorâneas executam o preparo, sendo que cada um acaba dando seu toque especial à receita que tem o peixe como prato principal.
Dá para experimentar a receita em diferentes destinos: na beira da praia de Meaípe, em Guarapari, uma boa opção é a Moqueca do Irmão. Já em de Manguinhos, no município de Serra, a dica é o delicioso Maria Mariana. Quem está em Vitória pode ir para Ilha das Caieiras, bairro simples na periferia da cidade, no Mirante da Ilha. Se o turista não quer se afastar muito da área central, pode seguir para o Caranguejo do Assis, restaurante com perfil mais turístico em Vila Velha.
Mas os aromas das panelas locais não se resumem a frutos do mar fresquinhos. Na Serra Capixaba, as receitas incluem pitadas de influência europeia – especialmente alemã e italiana. Na romântica Domingos Martins, a tradição alemã é forte na arquitetura. E também inspira os cardápios dos restaurantes que fervilham especialmente durante o concorrido Festival de Inverno. Em Venda Nova do Imigrante, as expressões, o jeito hospitaleiro e as iguarias italianas transportam o turista imediatamente para a terra da bota.
Também vale visitar o sítio da família Lorenção para conhecer a tradição do Socol. Um tipo de presunto cru originário do norte da Itália. A delícia feita com lombo de porco temperado e maturado por seis meses em ambiente frio e úmido foi trazida por imigrantes no século 18. Outra parada mais do que indicada é na fazenda Carnielli. Administrada pelos irmãos que são considerados os precursores do agroturismo brasileiro. A família produz saborosos cafés selecionados, mas investe também em embutidos e laticínios, incluindo o primeiro queijo sem lactose do mundo.
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