Uma das mais longínquas e menos conhecidas capitais brasileiras, Porto Velho fica às margens do rio Madeira, quase na divisa de Rondônia com o Amazonas. A grande maioria dos turistas que desembarca no destino o faz a trabalho, movimentando um contingente de quase meio milhão de passageiros nacionais no Aeroporto Internacional de Porto Velho, e quase o mesmo tanto de pessoas chega à cidade por seus acessos rodoviários. O destino, no entanto, guarda um pedaço importante da história do desenvolvimento do Brasil, e vale a pena reservar um tempo para conhecer a capital rondoniense.
Descubra os mistérios desse lugar..
Um destes pontos históricos é o prédio da antiga administração da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Hoje conhecido localmente como Prédio do Relógio. Construído em formato de uma locomotiva estilizada, o edifício faz parte do sítio da EFMM. E foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional pelo Iphan. Ali, as histórias da cidade e da ferrovia confundem-se, com um final trágico para a segunda. Chamada de Ferrovia do Diabo, começou a ser construída na virada do século 19 para o século 20. E nos anos 70 foi permanentemente desativada.
Além da sede administrativa da ferrovia, Porto Velho também abriga a principal estação da Madeira-Mamoré. Os galpões estão instalados às margens do rio Madeira e demandam cuidados. O complexo, utilizado como espaço de apresentações e manifestações culturais, está deteriorado. E foi atingido pela cheia do rio, ocorrida em 2014.
Quem quer explorar esta história a fundo vai precisar percorrer quase 300 quilômetros até Guajará-Mirim. Lá, destino final da ferrovia, instalado na fronteira do Rondônia com a Bolívia. Hoje funciona o Museu Municipal Histórico que também reconta a epopeia desta obra. Parte deste capítulo da história brasileira foi contada na minissérie Mad Maria, exibida pela TV Globo em 2005. A trama, baseada no livro homônimo de Márcio Souza, retratava a presença de estrangeiros na região. E as tragédias ocorridas em meio ao fim das obras, em 1912.
Se quiser continuar seu passeio na cidade, vá para o Mercado Central, em frente ao complexo da EFMM e aproveite para experimentar todos os produtos típicos do Norte vendidos. Já no centro da cidade, a dica é visitar o antigo Mercado Público Municipal, hoje conhecido como Mercado Cultural, e é um espaço dedicado a eventos culturais e à valorização do artesanato.